terça-feira, março 2

O zelador da fonte

Eu conheço gente que não sabe dizer bom dia. Pelo menos eu acho, por que toda vez que eu passo seja por quem for, eu sempre desejo um bom dia, boa tarde, boa noite, digo oi, olá, ou no mínimo dou um sorriso, por que sorriso faz bem à vida. Mas tem gente que não sabe responder. Muitos talvez achem que eu sou meio doida por falar com estranhos e outros devem ficar se perguntando se me conhecem. Eu não conheço nem metade das pessoas com quem falo, mas acho bom cumprimentar, minha mãe sempre disse que devemos ser educados e faz parte da boa educação cumprimentar as pessoas, sendo elas conhecidas ou não.
Semana passada quando entrei na recepção do meu serviço, como faço regularmente, abri aquele sorriso (mesmo morta de calor) e disse um belo dum boa tarde para a recepcionista, pessoal dos serviços gerais e motoristas que geralmente estão por lá neste horário, assitindo TV (costumo chegar mais cedo do que o meu horário de expediente e a coisa está mais tranquila para o lado os povo que trabalha pesado por lá).
Vou cumprimentando o povo e aqueles que conheço vou chamando pelo nome, enquanto os demis vou spo dizendo olá, boa tarde e vou passando e sorrindo, comentando do calor, do dia de trabalho, até chegar na sala condicionada (ufa)...
No meio disso, com meus ouvidos de lince (vovo dizia que eu tenho olhos de lince, pois tudo vejo e acho, mas eu me dei mais um atributo do bicho) ouvi um colega motorista comentar "viu a diferença?", com outro colega da limpeza. Imediatamente entendi que falavam de tratamento. Segundos antes, gente entrou e nada falou, passou e não deixou nada para trás, senão mau-humor.
Costumo lutar sempre para deixer os problemas pessoais em casa, tratar todas as pessoas de frma igualitária e se possível, estar sempre sorrindo (tipo aquela música/poesia... ao notar que tu sorri, todo mundo irá supor que és feliz...)... pois assim posso plantar um pouco de alegria no meu dia-a-dia e no daqueles que me cercam. É por isso que já ouvi pessoas dizerem algumas vezes que eu não tenho problemas, que eu estou semore de bem. Nem sempre, mas sei que ninguém é culpado de minhas angústias e fúrias. Mesmo quando perco minha paciência e explodo, no fim, tento recobrar a consciência e puxar uma piada... eu sou assim, minha educação foi essa e serei assim. Continuarei a cumprimentar todas as pessoas que vir pela frente e se der, ainda apuxarei uma conversinha com um desconhecido no ônibus ou na fila do banco parab tornar a espera menos árdua., por que no fim das contas somos todos iguais. Tenham todos um bom dia!!!

***
Conta uma lenda austríaca que em determinado povoado, havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo Conselho Municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade.
O cavalheiro com silenciosa regularidade, inspecionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca.
Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço para a retirada de entulhos.
Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina.
Rodas d´água de várias empresas da região começaram a girar dia e noite.
As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária.
Os anos foram passando. Certo dia, o Conselho da cidade se reuniu, como fazia semestralmente.
Um dos membros do Conselho resolveu inspecionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte.
De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade.
E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma.
Seu discurso a todos convenceu. O Conselho Municipal dispensou o trabalho do zelador da fonte de imediato.
Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as árvores começaram a perder as folhas.
Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes.
Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte. Dois dias depois, a água estava escura.
Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens.
O mau cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas. As rodas d´água começaram a girar lentamente, depois pararam.
Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado.
O Conselho Municipal tornou a se reunir, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido.
Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte.
Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear. As rodas d´água voltaram a funcionar.
Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso.

* * *
Assim como o Conselho da pequena cidade, somos muitos de nós que não consideramos determinados servidores. Aqueles que se desdobram todos os dias para que o pão chegue à nossa mesa, o mercado tenha as prateleiras abarrotadas; os corredores do hospital e da escola se mantenham limpos.
Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o ônibus, abra os portões da empresa.
Servidores anônimos. Quase sempre passamos por eles sem vê-los.
Mas, sem seu trabalho, o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria inviável.
O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas indispensável.
Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá.
Dependemos uns dos outros. Para viver, para trabalhar, para ser felizes!
Pensemos nisso!



Redação do Momento Espírita com base no cap. O zelador da fonte, de Charles R. Swindoll, do livro Histórias para o coração, de Alice Gray, ed. United Press

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