domingo, dezembro 14

Sobre a vida



Enquanto olhava o mar, que ia e vinha ao longe, ela pensava em quão bela pode ser a vida.
Ela não estava com saudades do passado, nem fazendo planos para o futuro. Não se lembrava de coisas que fez ou deixou de fazer. Olhava o vai e vem das ondinhas e chegou à conclusão de que não tinha o que temer. A vida se faz sozinha.
Ela, que tantas vezes temeu pelo amanhã, achando que poderia ser pior do que o hoje e terminou não sendo. E as vezes que pensou que tudo se manteria bem e isso não aconteceu.
De frente para o mar, bem ali naquela praia, ela finalmente entendeu que os dias se desenrolam sozinhos, como todo o resto da vida. E no fim, os problemas não são problemas, são apenas questões menos simples que a vida demora um bocadinho mais para desenrolar, mas que no fim tudo sempre dá certo, como tudo tem de ser.
Ela sentiu naquele cheiro de maresia, que não adianta sofrer pelo que se perde, pois se perdeu é porque nunca lhe pertenceu de verdade ou, se pertenceu, não valia mais a pena, o tempo acabou.
Percebeu que não há sentido algum em sofrer por antecipação pelas coisas, porque elas podem nem acontecer e você ainda ganha rugas extras, sem razão de ser.
Ela entendeu tudinho ali... naquele suspiro, sentindo os últimos raios de sol do dia lhe queimar os ombros, com a areia fina tocando seus pés.
Diante do incomensurável, ela viu que não há porque se lamentar, há sim de se enfrentar o dia a dia com tranquilidade e um belo sorriso no rosto...
Então ela correu o mais rápido que pode, jogou-se no mar com roupa e tudo e lavou a alma com água de sal.

O domingo estava terminando e logo a segunda-feira chegaria ditando suas regras, mas ela não tinha medo de mais nada, pois já sabia que a vida é bela e se faz sozinha...

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