sábado, dezembro 17

Um fim de ano nem tão feliz assim...



Costumados exaltar o espírito natalino. Aproveitamos a época para fazer um balanço do que fizemos ou não fizemos durante o ano. Lembramos dos bons momentos e praticamos a solidariedade. Quando o novo ano começa estamos revigorados. Mas nem todos são assim... Para alguns o fim do ano traz consigo uma carga pesada de tristeza e não raro ouço pessoas dizendo que não gostam do Natal. Principalmente porque se sentem tristes. A depressão acomete muitos no fim do ano.

Recebi este artigo e achei interessante divulgá-lo, pois acho que podemos e devemos auxiliar quem estiver sofrendo deste mal, até porque ele pode causar problemas maiores, como diz o cardiologista. Segue o artigo.






Fim de ano pode causar depressão sazonal
* Por Roque Saviioli - cardiologista

A proximidade das festas de fim de ano pode causar a chamada depressão sazonal. Muitas pessoas se entristecem com a lembrança de entes queridos que já se foram... Outras se sentem frustradas por não terem realizado os sonhos planejados.
É natural que nessa época do ano, por exemplo, os profissionais estejam no limite do estresse, sentindo-se mais cansados do que o normal.
Algumas pessoas conseguem superar as decepções e a tristeza, depositando no ano que se inicia novas esperanças. Mas existem aquelas que acabam adoecendo e entrando em depressão.
Como a depressão costuma ser silenciosa, muitas vezes a própria pessoa e os familiares desconhecem o problema, deixando que ele se alastre causando outras doenças.
Estudos recentes comprovam a nítida correlação entre a depressão e a ocorrência da doença da coronárias.
Uma das explicações seria o fato de que a depressão possa aumentar a atividade das plaquetas, elementos do sangue responsáveis pelo inicio da coagulação e formação dos coágulos, de modo a facilitar a trombose.
Outra explicação para justificar o aumento da ocorrência de eventos cardiovasculares nas pessoas deprimidas pode ser a falta de aderência ao tratamento. Por desilusão ou desesperança, os próprios deprimidos parecem facilitar a recorrência dos problemas coronários por não obedecerem às recomendações médicas para a manutenção da saúde. Trata-se da desistência depressiva, ou seja, uma forma indireta de suicídio.
Podemos falar em depressão maior, quando aparecem pelo menos cinco dos nove sintomas a seguir, sendo um deles, o humor deprimido ou a perda de interesse/prazer, presentes quase todos os dias em um período mínimo de duas semanas consecutivas:
● humor deprimido diário, mais acentuado pela manhã;
● perda de interesse ou prazer por quase todas as atividades;
● falta ou excesso de sono;
● aumento ou perda do apetite e peso;
● lentidão ou agitação de movimentos;
● falta de energia ou fraqueza;
● dificuldade de concentração e indecisão;
● sentimentos de culpa e de inferioridade;
● pensamentos de morte ou suicidas.

O diagnostico da depressão é essencialmente clinico, feito por meio de escalas de avaliação. Atualmente, no entanto, técnicas como a Ressonância Magnética Funcional do Cérebro vêm se mostrando valiosas na comprovação dos dados clínicos, podendo reconhecer anormalidades de estruturas cerebrais em pacientes com depressão.
Além do tratamento clínico, a mudança de atitude e pensamento colabora na cura da depressão.
Buscar uma crença religiosa é um dos caminhos para a cura. Já está comprovado cientificamente que a fé pode modificar a evolução das doenças. Devemos também ficar atentos à maneira como usufruímos dos bens materiais, nunca os deixando ser a principal razão da nossa existência. Pessoas focadas apenas no dinheiro e nos bens materiais, após um desastre econômico, entram em crises depressivas intensas, por não terem a necessária consistência espiritual para enfrentar a situação.

Como digo em meus livros por meio de atitudes simples e conhecimento, é possível ter uma vida mais saudável e, consequentemente, mais longa.

*Roque Savioli é médico Supervisor da Divisão Clínica do INCOR (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da FMUSP - Unidade de Cardiogeriatria e Cardiopatia na Mulher. Coordenador do Centro de Atenção ao Coração da Mulher - Hospital Alemão Oswaldo Cruz. É conhecido pelo seu trabalho de divulgação da importância da fé na cura dos pacientes. É autor dos livros: Milagres que a medicina não contou; Depressão: Onde está Deus?; Um Coração Saudável; Um Coração de Mulher; Fronteiras da Ciência e da Fé.

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