quinta-feira, abril 14

Ví um adolescente lendo um livro #emocionei

Acabo de ver um adolescente lendo um livro. Duas lágrimas escorreram no canto do meu rosto #emocionei. Hoje em dia é tão raro você ver um adolescente lendo que fiquei logo curiosa para saber do que se tratava o livro.
Isso foi no ônibus, há pouco, quando eu vinha trabalhar. Ele estava sentado do outro lado do corredor, mas nem isso me deixou menos curiosa. E haja eu me esticar para tentar descobrir a leitura do moço.
Um rapazinho no alto dos seus 15, 16 anos, acho eu. Não era nerd. Tinha cabelos a La Restart, cheio de pontas, franjas e incrementos, trazia em um dos braços uma daquelas pulseiras de equilíbrio e na outra uma pulserinha de linha, hippie, daquelas que todos nós já usamos quando fomos adolescentes.
Ele nem ligava para o sacolejar do ônibus, que fazia uma rally pelos buracos da cidade. E eu lá, me esticando. Mais atrás outros adolescentes, menos interessantes, teimavam em ouvir música no celular no nível mais alto, obrigando todo mundo a escutar o gosto musical duvidoso deles. Eu já disse que odeio quem inventou o celular no qual se pode ouvir música sem fones de ouvido? Pois é... eu realmente odeio. Desculpa , ta.
Mas voltando ao adolescente leitor. A leitura era boa, ele passava a mão pelos cabelos meio compridos, mas não deixava o livro de lado. Não estava fardado, usava uma camisa de malha e calça jeans. Tênis simples e uma mochila normal. Mas trazia nas mãos o tesouro precioso.
Depois de muito me esticar, comecei a divagar. Será que era Harry Potter (a repórter, segundo tradução d eminha mãe?). Quase desiludi, mas lutei bravamente para tirar a dúvida. Não, não era. Disso eu tinha quase certeza. E lá ia eu me esticando, até que acho que rapazinho percebeu. Também, minha discrição elefântica me traiu. Rapidamente olhei pela janela, discretamente (se é que me entendem).

Na demorou muito, descobri qual era o livro, Na verdade, o reconheci. Era “A menina que roubava livros”, #emocioneidenovo . Li esse livro no ano passado. Hoje ele repousa na casa da minha filha postiça (duvido que tenha lido uma página. Na verdade ela apenas roubou o meu livro). Conta a história de uma menina... e quem conta é a morte. É o ponto de vista dela... uma delícia.
Será que o rapaz Restart estava lendo aquele livro só por que era a morte quem contava a história? É que esses adolescentes de hoje são meio góticos, depressivos. Prefiro acreditar que não. Que ele apenas gostava de ler. E gostava mesmo, pois devorava as páginas a revelia do balanço...
O ônibus parou no Centro. Meu adolescente leitor fechou seu tesouro e alheio a minha alegria em ver um de sua raça lendo... levantou e desceu... provavelmente indo para a escola.
Vai menino. Que Deus te abençoe e conserve essa vontade de ler. Amém.

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