terça-feira, junho 1

Sabedoria


Conta-se que, perto de Tóquio, capital da Japão, vivia um grande samurai. 
Já muito idoso, ele agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. 
Certa tarde, apareceu por ali um jovem guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos. Era famoso por usar a técnica da provocação. 
Utilizando-se de suas habilidades para provocar, esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de inteligência e agilidade, contra-atacava com velocidade fulminante. 
O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. 
Assim que soube da reputação do velho samurai, propôs-se a não sair dali sem antes derrotá-lo e aumentar sua fama. 
Todos os discípulos do samurai se manifestaram contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio. 
Foram todos para a praça da pequena cidade e diante dos olhares espantados, o jovem guerreiro começou a insultar o velho mestre. 
Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. 
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu sereno e impassível. 
No final da tarde, sentindo-se exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se. 
Desapontados pelo fato de o mestre ter aceitado calado tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: 
Como o senhor pôde suportar tanta indignidade? 
Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós? 
O sábio ancião olhou calmamente para os alunos e, fixando o olhar num deles lhe perguntou: 
Se alguém chega até você com um presente e lhe oferece mas você não o aceita, com quem fica o presente? 
Com quem tentou entregá-lo, respondeu o discípulo. 
Pois bem, o mesmo vale para qualquer outro tipo de provocação e também para a inveja, a raiva, e os insultos, disse o mestre. 
Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. 
Por essa razão, a sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, se você não o permitir. 

* * * 
Sempre que alguém tentar tirar você do sério, lembre-se da sábia lição do velho samurai. 
Lembre-se, ainda, que seus atos lhe pertencem. Só você é responsável pelo que pensa, sente ou faz. 
Só você, e mais ninguém, pode permitir que alguém lhe roube a paz ou perturbe a sua tranquilidade. 
Foi por essa razão que Jesus afirmou que só lobos caem em armadilhas para lobos. 
Assim, aceitar provocações ou deixar que fiquem com quem nos oferece, é uma decisão que cabe exclusivamente a cada um de nós. 
Pensemos nisso!


Fonte: www.reflexao.com.br

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