terça-feira, junho 15

Deus na natureza



cada novo dia a natureza nos oferece espetáculos de belezas sem fim... 
Quem já não contemplou a maravilha de uma gota de orvalho a brilhar, refletindo a luz do sol? 
Uma simples teia de aranha e sua engenharia perfeita... 
A relva verde... o andar desengonçado de um joão-de-barro, logo ao amanhecer... 
Uma folha seca bailando no ar prenunciando o inverno... 
O céu de anil com suaves pinceladas brancas como se fossem nuvens de algodão. 
O entardecer, quando o sol se despede deixando rastros em vários tons dourados como se fosse ouro derretido, levemente espalhado por mãos invisíveis... 
A lua cheia refletida num lago, parecendo um grande espelho líquido... 
A cantoria do vento na folhagem das árvores, qual suave melodia, convidando a sonhar... 
O olhar de um cão solitário, pedindo companhia... 
O balançar do salgueiro, lembrando mãos distendidas nas margens dos rios e lagos, como a protegê-los... 
O ir e vir das ondas, acariciando a areia quente das praias como querendo amenizar o calor... 
O cheiro do mato, após a chuva... 
A água cristalina dos rios que correm por entre as montanhas, como se fossem veias transportando a vida. 
O sorriso inocente na face da criança, pedindo amparo e proteção. 
As pegadas do lavrador nas estradas poeirentas que conduzem ao eito... 
O galopar do cavalo evidenciando sua liberdade... 
O abrir e fechar das asas da borboleta sobre a flor, a andorinha fazendo acrobacias no ar, a garça solitária à espreita do alimento. 
O abraço afetuoso de um amigo. O rosto sulcado do ancião, que não teme a velhice por saber que ela não alcança o Espírito. As mãos calejadas do trabalhador... 
A noite bordada de estrelas a nos mostrar a grandeza do Universo infinito... 
Uma gota d´água na pétala de uma rosa, refletindo outras tantas rosas... 
O tamborilar da chuva no telhado... A goteira a cantar na calha... 
A araucária secular, com seus galhos esparramados, debulhando as pinhas para saciar com seus frutos a fome dos pássaros. 
O cricrilar do grilo, o coaxar da rã, o piar da coruja fazendo-se anunciar na noite silenciosa.
O som melodioso extraído do teclado por mãos habilidosas. 
A harmonia das cores nos canteiros floridos das ruas e praças... 
O dia, que a cada amanhecer renova o convite para que vivamos em harmonia, imitando a natureza. 
Essas e outras tantas belezas são a presença discreta de Deus na natureza que nos cerca, dizendo-nos que também somos Suas criaturas e que fazemos parte desse Universo maravilhoso, e que, acima de tudo, somos herdeiros desse mesmo Universo, como filhos do Criador que somos todos nós. 


* * * 
A contemplação da natureza oferece ao homem incontestavelmente, inefáveis encantos. Na organização dos seres descobre-se o incessante movimento dos átomos que os compõem, tanto quanto a permuta constante e operante entre todas as coisas. 
Justa é a nossa admiração por tudo o que vive na superfície da Terra.


Fonte: Redação do Momento Espírita,com pensamento final extraído do livro Deus na natureza, de Camille Flammarion, ed. FEB. Disponível no CD Momento Espírita, v. 2, ed. Fep.


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