Ontem foi o Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual Contra Crianças e Adolescentes... e eu não postei nada, por que a net não deixou... não consegui conectar nem por decreto e no serviço (eu até tentei) mas a net estava uma m... e como o tempo era resumido, também não deu. Mas nem por isso vou deixar de tratar do assunto, embora um pouco depois do tempo. Aprendi que nunca estamos atrasados, estamos 'fora do tempo'... por que a hora em que conseguimos chegar é a hora em que devíamos mesmo... então vambora saber um bocadinho mais sobre o tema para podermos evitar que nossas crianças se tornem mais uma vítima ...
O dia nacional de combate aos abusos é no dia 18 de maio por que foi nesse dia que Araceli Cabrera Crespo, de 8 anos , desapareceu da escola onde estudava, no Espírito Santo. Ela foi martirizada, espancada, estuprada, drogada e morta numa orgia de drogas e sexo. Seu corpo, o rosto principalmente, foi desfigurado com ácido. Seis dias depois do massacre, o corpo foi encontrado em um terreno baldio, próximo ao centro da cidade de Vitória, Espírito Santo.
Seu martírio significou tanto que esta data se transformou no “Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.
Mônica Nunes/Débora Spitzcovsky
Há dez anos, o governo federal instituiu, em 18 de maio, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual da Criança e do Adolescente, mas o Brasil e o mundo não parecem ter motivos para comemorar a data, sobretudo quando o assunto é a pedofilia na internet. Segundo o relatório “On line Child Abuse and Sexual Exploitation”, publicado anualmente pela ONG italianaTelefono Arcobaleno, que atua no combate ao abuso e à exploração sexual infantil online, o fenômeno de pedofilia na internet tem crescido assustadoramente.
Apenas em 2009, a ONG mapeou, em todo o mundo, 49.393 sites de conteúdo erótico infantil, o que representa um aumento de 16,5% em comparação ao ano de 2008, e o índice não para de crescer. Por dia, cerca de 135 novos sites de pedofilia pipocam na rede e o pior: fazem sucesso. Aproximadamente, 100 mil internautas acessam, diariamente, cada um desses portais de pornografia infantil.
O fenômeno acaba chamando a atenção das empresas ligadas ao mercado do sexo, que procuram esses sites para anunciar (irresponsavelmente) suas marcas e produtos. Atualmente, pelo menos, 3.500 sites desse tipo são financiados por publicidade, o que, consequentemente, incentiva a aparição de novos portais com conteúdo erótico infantil. Trata-se de um ciclo vicioso, segundo o relatório da Telefono Arcobaleno, que só terá fim quando as pessoas passarem a denunciar esse tipo de conteúdo, ao invés de apenas fechar a janela de seus navegadores.
SILÊNCIO DOS INOCENTES
A omissão dos internautas e das próprias vítimas da pedofilia na internet é o principal fator para o crescimento desenfreado desse fenômeno, seguido do excesso de tolerância que os provedores de internet apresentam para conteúdos ilegais e da ausência de legislação específica para o assunto em diversos países, inclusive no Brasil.
De acordo com o relatório da Telefono Arcobaleno, as crianças e adolescentes que passam por esse tipo de situação não denunciam seus aliciadores porque, na maioria dos casos, pessoas próximas das vítimas estão envolvidas, de alguma maneira, na situação de pedofilia. Para os abusados, é difícil denunciar alguém que costumavam amar, sobretudo diante de chantagens emocionais e ameaças de humilhação pública.
Já os adultos que, de alguma maneira, tomam conhecimento sobre esse tipo de crime, deixam de denunciar porque julgam a história terrível demais para se tornar pública, segundo a ONG italiana. O resultado: menos de 1% das crianças abusadas conseguem ser identificadas pelas autoridades para receber tratamento psicológico adequado.
O aumento no número de denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes é um alerta para a sociedade brasileira. A prática, ao que parece, tem se tornado mais intensa e, assim, acaba naturalmente mais exposta. O problema precisa ser encarado e combatido de frente pelas autoridades, pelos pais e pelos sistemas de ensino e educação no País.
A pedofilia não é um fato novo. Ela está inserida em nossa sociedade e, na maioria das vezes, em doloroso silêncio. A impressionante sequência de denúncias nos últimos dias tem causado perplexidade e tirado o sono de famílias por todo o Brasil. Pais e padrastos têm sido acusados de engravidar garotas de até 9 anos de idade, como ocorreu em Pernambuco, quando uma menina foi submetida a um aborto que se tornou polêmico no mundo todo.
Segundo o site da ONG de combate à violência SaferNet Brasil, dos 91 mil casos de denúncia de violência recebidos pelo sistema em 2008, cerca de 63%, ou 57 mil, indicavam ou incentivavam abuso sexual contra crianças. A maioria deles, cerca de 90%, através do site de relacionamento Orkut.
Para piorar, a imensa maioria das agressões é promovida por pessoas próximas das vítimas, em geral parentes ou agregados, como padrastos, que têm acesso fácil às crianças. O País não tinha, até o final de 2008, uma legislação específica para regulamentar os casos de pedofilia. A legislação foi criada, mas ainda carece de aplicação prática. Não há, também, uma estrutura montada capaz de investigar com precisão e sensibilidade tal tipo de crime. Carecemos de uma estrutura policial treinada e preparada para lidar com um tipo de violência tão peculiar. Já avançamos neste aparato, mas ainda falta muito.
É preciso, também, pensar na criação efetiva de um sistema de monitoramento —legal— para a internet. Além disso, punições rigorosas precisam ser estabelecidas com a intenção de deixar claro à sociedade que o País está preocupado e que os criminosos não ficarão impunes. A violência, seja ela de qualquer natureza, deixa marcas profundas na personalidade da vítima, especialmente na criança.
Pais precisam estar mais atentos e próximos de seus filhos, dizem os especialistas. Precisam perceber mudanças e antecipar suspeitas. Devem conversar mais com as crianças e saber identificar comportamentos que possam ser característicos de estado de abuso. O uso consciente dos meios de comunicação tem que começar em casa e na escola. Não é uma guerra apenas para o poder público. É uma guerra para toda a sociedade.
Esta CARTILHA pode auxiliar pais e responsáveis para evitar que seus filhos sejam vítimas de pedófilos.
quantas vezes eu eler sobre a araceli, tantas vezes vou me enojar. quando leio notícias do tipo, me dá até vontade de vomitar!
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