O 7 de abril foi instituído como "Dia do Jornalista" pela Associação Brasileira de Imprensa, em homenagem a João Batista Líbero Badaró, médico e jornalista, que morreu assassinado por inimigos políticos, em São Paulo, em 22 de novembro de 1830.
O movimento popular gerado por sua morte levou à abdicação de D. Pedro I, no dia 7 de abril de 1831. Um século depois, em 1931, em homenagem a esse acontecimento, o dia 7 de abril foi instituído como o Dia do Jornalista.
Ai, ai... parece que foi ontem que eu e Liliane saímos em busca de estágio no Jornal O Debate, na Rua da Manga... estávamos no quarto período de faculdade e tínhamos voltado de um congresso de Comunicação que aconteceu em Belo Horizonte. Lembro que um dos palestrante foi o Serginho Groisman...rsrs e eu estava tão entusiasmada. Tinha meus 18 anos e muitas idéias na cabeça. Estava também com tantos problemas... que receber um sim naquele dia foi a melhor coisa que me aconteceu na época... Tratou-se de um divisor de águas em minha vida... ô tempo ... que não volta mais...virei a mascote da pequena redação (era a mais nova de todosssssssss).
As dificuldades para conciliar o trabalho e faculdade, monografia, depois uma passagem de dois anos pela edição na TV e o Jornal O Estado, onde trabalho até hoje.
Comecei como repórter de Cidades, mas depois mudei de editoria e durante uns doze anos fui repórter de Polícia...Eu realmente amava "fazer polícia". Fiz bons amigos, conheci muita gente, vi muita coisa, tanta coisa... aprendi e entendi também muita coisa que muita gente talvez não entenda. não veja, não enxergue, por que vê só um lado... o de fora. eu vi os dois lados da moeda...
"Fazendo polícia" tornei-me uma pessoa menos sensível, mais fria e seca. Não sei se isso me fez bem ou mal, por que me protegeu de muita coisa, mas me afastou de muita gente também. Tinha gente que tinha medo de mim...rsrsrs... me achava insensível demais e eu era mesmo. É que a gente vai se acostumando com o mórbido, com os casos mais escabrosos e chega o dia em que a gente já fica esperando acontecer "alguma coisa legal" (bem grotesca) para ter uma matéria mais forte, consistente, densa como diz meu amigo Mário Carvalho (da editoria de Política). A gente começa a não sentir mais e as pessoas te olham diferente.
Nem lembro direito quando eu percebi que aquilo não dava mais para mim. Mas sei que foi na época em que nada mais me chamava atenção. Eu já tinha visto todo tipo de desgraceira e não me emocionava mais com assassinatos, estupros e violência doméstica, entre outros temas da hora. Tinha virado uma máquina de fazer matérias, me negava a aceitar "levar furos" (perder matérias importantes) e tinha fontes nos quatro cantos da Ilha. Conhecia todo mundo da área e nem percisava sair da redação para saber tudo o que acontecia na cidade, mas isso tinha seu preço. Fazia polícia 24h por dia... o povo do IML ligava de madrugada para avisar do "podrão" que tinha acabado de chegar. "E eu com isso? amanhã de manhã eu vejo isso." Era a mesma coisa com o pessoal da PM e do Velado (serviço de inteligência da PM). Não tinha hora, não tinha local. O telefone tocava e era notícia... aí eu cansei. Pedi para sair.
Hoje sou editora de Cidades, um mundo completamente novo para mim. Mas estou gostando de conhecê-lo. É outro mundo... totalmente diferente da minha polícia. Sinto saudade, às vezes mais, às vezes menos.
Quando acontece um caso maior minha mão treme... coisa de viciado. Saio de perto, não dou importância, vou ler uma matéria de buraco em avenida. Mas, no fundo, fico remoendo como eu cobriria o fato. batia meus textos em tempo recorde. Eu os montava na cabeça enquanto fazia os questionamentos às fontes. Colocava na tela rapidinho... vejo gente demorar tanto para fazer uma matéria de festa... rsrs...
É o que importa é que sou jornalista de coração, das antigas. Do tempo que se vivia o assunto, que não se tinha preguiça de ficar o dia todo na redação quando necessário. De virar a madrugada numa rebelião, de comer bandeco em frente de fórum em dia de grande julgamento, de nunca voltar para a redação sem uma matéria por que fiz minhas fontes, de não reclamar, apenas fazer, de não ter medo de voltar cedo para a redação por que posso receber outra pauta, de sair sem aputa e trazer dez matérias, de fazer a manchete do jornal... de viver o jornalismo 24h por dia, com amor, paixão, afinco, coragem, como deve ser!
Feliz Dia do Jornalista
eu ja tinha ouvido metade da tua hst pq tu ja tinhas me contado mas poxa é tanto, amor coragem, paixao q da ate vontade de ser jornalista tmb rsrs
ResponderExcluir"eu tenho uma prima jornalista, e sou orgulhosa dela por isso tambem!"