No calor da rua...

Estou cansada, cheirando a menino que passou o dia empinando papagaio. Tô que nem milho sapecado... mortinha de calor. Gente que fervor é esse que vem do céu, resvala no solo e falta matar a gente de calor?!?!?!... Ninguém merece ir ao coentro comercial de São Luís com esse tempo. A gente olha para o céu, reza por uma chuvinha e nada. Nem nuvem a gente olha nesse ceuzão de meu Deus.

Esse negócio de loja que tem cartão próprio e que só pode pagar a conta na loja é uma sacanagem. Sei que eles fazem isso para que a cliente se empolgue e compre de novo, mas venhamos e convenhamos, esse tempo já passou meu bem, vamos entrar nos tempos modernos e liberar o boleto meu povo.

Adiei o quanto pude essa minha ida à Rua Grande (principal via de comércio da nossa capital), até que não deu mais e tive de ir na tal loja pagar a fatura. Calor, gente, infernoooooooooooo...

Aí... só para quebrar o clima vi duas coisas... coisas diferentes...

Uma foi uma moça. No meio do turbilhão de gente suada que anda de um lado para o outro, olhando vitrine ou simplesmente atrapalhando o caminho daqueles que tem o que fazer no local, aquela moça magrelinha estava de sapato de salto alto (lembrando que a rua é de paralelepípedo), um vestido fino com estampa de oncinha e um belo lenço fino também com estampa de oncinha. Isso sem falar dos óculos escuros, grandes, que lhe cobriam todo o rosto. Sinceramente, aquela moça estava  no lugar errado. Podia até ficar legal no shopping ou quando muito em um happy hour, mas não na Rua Grande.

Do outro lado da rua um camelô, com uma dúzia de DVDs piratas na mão gritava - e gritava meeeeesmo -, 'eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation','eu tenho rebolation'.

E eu morrendo de calor...olhando tudo ao redor. A moça e o camelô, o camelô e a moça... tudo descombinando... eta terrinha quente... comeu o juízo do povo.

Fotos//Rua Grande-Flora Dolores//Onça-Google